Todos pela Capoeira

Todos pela Capoeira
Capoeira Arte e Luta Brasileira

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A capoeira nasceu da vontade de libertação de um povo sofrido, mas com muito orgulho de suas origens que, mesmo longe de sua terra natal, conseguiu, a través dos anos, preservar seus rituais, tradições e existência cultural.
Junto com as necessidades e conhecimentos que adquiriram na nova terra, criaram movimentos de ataque e defesa, junto à destreza que já existia dentro de sua existência. Desta forma, conseguiam aperfeiçoar seus movimentos, camuflando-os dos senhores de escravos e capatazes até o momento em que se rebelavam.
A Capoeira é de origem Brasileira ou Africana? Este é um assunto polêmico no panorama da capoeiragem. Existem correntes que afirmam ser genuinamente Brasileira, criada em torno de 1600 pelos escravos originários da Angola. A mistura bem sucedida de luta, dança e rituais diversos deram origem ao que hoje conhecemos como capoeira.
Outros estudiosos defendem a sua origem como sendo na África; pois, existem danças semelhantes à capoeira como a Baçula, Camangula, N´golo (danças da zebras) entre outras. Mas esta simples afirmação não se torna um embasamento completo para se determinar que a capoeira é africana. O fato originário destas questões polêmica foi a incineração de todos os documentos relativos ao período da escravidão pelo então ministro das finanças Ruy Barbosa por volta de 1890.
A questão da origem da capoeira ao que tudo indica já está resolvida. É tida como uma manifestação cultural genuinamente brasileira, apesar de suas raízes serem de origem africana. A história da capoeira se confunde com a própria origem, independente de onde ela tenha nascido, a capoeira tornou-se uma cultura difundida entre os escravos da época, tão forte que foi capaz de servir com forma de libertação. Os negros precisavam ofuscar aos olhos dos senhores de engenho de que aquilo que praticavam não era propriamente uma luta, e sim uma manifestação de dança e rituais referente a sua cultura. Para tal, uniram aos golpes, música, ginga, malícia e toda mandinga daquele povo sofredor.
A capoeira foi de grande valia na fuga dos negros para os quilombos. Os capatazes e capitães-do-mato, na tentativa de capturá-los entravam na mata e eram surpreendidos por emboscadas dos negros capoeiristas. Além de servir com arma nas fugas, a capoeira serviu também para tentar proteger os quilombos quando os capitães-do-mato descobriam a sua localização.
Com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 1888, os negros tornaram-se livres. Porém, como é de conhecimento, isto não aconteceu na prática; este povo ainda permanecia escravizado através da falta de empregos, de oportunidades, de moradia, de mínimas condições de sobrevivência. Sendo assim, os negros marginalizados passaram a utilizar a capoeira como arma para saquear, roubar e tentar sobreviver a um sistema de discriminação.
Os capoeiristas eram vistos como vadios e delinqüentes, desta forma, começou o processo de degradação da imagem da capoeira, sendo por vezes cultuada erroneamente até os dias de hoje.
Ganga Zumba
Ganga Zumba foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, ou Janga Angolana, no atual estado de Alagoas, Brasil. Zumba era um escravo que escapou do cativeiro nos canaviais e assumiu uma posição como herdeiro do reino de Palmares e o título de Ganga Zumba. Apesar de alguns documentos portugueses lhe darem este nome e o traduzirem como “Grande Senhor”, ele provavelmente não está correto. Entretanto, uma carta endereçada a ele pelo governador de Pernambuco em 1678, que se encontra hoje nos Arquivos da Universidade de Coimbra, chama-o de Ganazumba, que é a melhor tradução de Grande Lorde (em Kimbundu), e portanto o seu nome correto.
Os quilombos ou mocambos eram refúgios de escravos foragidos, principalmente de origem angolana (Angola), que se refugiavam no interior do Brasil, principalmente na região montanhosa de Pernambuco. À medida que seu número foi crescendo, eles formaram assentamentos chamados de “mocambos”. Gradualmente diversos mocambos se juntaram no chamado Quilombo dos Palmares, ou Janga Angolana, sobre o comando do Rei Ganga Zumba ou Ganazumba, que talvez tenha sido eleito pelos lideres dos mocambos que formavam Palmares. Ganga Zumba, que governava a maior das vilas, Cerro dos Macacos, presidia o conselho de chefes dos mocambos e era considerado o Rei de Palmares. Os outros 9 assentamentos eram comandados por irmãos, filhos ou sobrinhos de Gunga Zumba. Zumbi dos Palmares era chefe de uma das comunidades e seu irmão Andalaquituche comandava outra.
Por volta dos anos de 1670 Ganga Zumba tinha um palácio, três esposas, guardas, ministros e súditos devotos no “castelo” real chamado “Macaco” em homenagem ao animal que havia sido morto no local. O complexo do castelo era formado por 1.500 casas que abrigavam sua família, guardas e oficiais que faziam parte de nobreza. Ele recebia o respeito de um Monarca e as honras de um Lorde.
Em 1678, Ganga Zumba aceitou um tratado de paz oferecido pelo Governador Português de Pernambuco, o qual requeria que os habitantes de Palmares se mudassem para o Vale do Cucau. O tratado foi desafiado por Zumbi, um dos sobrinhos de Ganga Zumba, que se revoltou contra ele. Na confusão que se seguiu Ganga Zumba foi envenenado, muito provavelmente por um dos seus, por fazer um tratado com os portugueses. Os que se mudaram para o Vale do Cucau foram reescravizados pelos Portugueses. A resistência aos Portugueses continuou com Zumbi.

"A capoeira é como um livro, muitos podem ler,

mas...poucos podem entender!!!"

ZUMBI dos PALMARES

“QUEM NASCEU PARA SER GUERREIRO
NÃO ACEITA O CATIVEIRO
LUTA PARA SER LIVRE
COM A FORÇA DE UM EXÉRCITO INTEIRO”

Auetu! A Capoeira Angola No Fio Da Navalha

https://youtu.be/DcqTrD5hUUo

Mestres Eduardo NEGÃO E PIABA divulgando o projeto todos somos um no aulão feminino.
Mulheres,
Vocês deram um verdadeiro SHOW!!!!!!
(Evento 1º Aulão Feminino Raízes de Mulher)


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Por que em momentos de crise os primeiros atingidos devem ser aqueles que historicamente tem seus direitos negados? Sim, algo precisa ser feito para acelerar a economia no país e cortar gastos é preciso, mas nós povo de Santo, sabemos que exterminar a Seppir Presidência , Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial é um retrocesso. Precisamos de um órgão que assegure nossos direitos e nossas conquistas. Nós da Casa de Oxumarê lutamos pela permanência da Seppir e da Spm.
Nos ajude....
https://youtu.be/1c0mymCjQkM


Publicado em 14 de abr de 2012
Hilária Batista de Almeida nasceu na Bahia em 1854. Aos 22 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, no êxodo que ficou conhecido como diáspora baiana. No Rio, formou nova família ao se casar com João Baptista da Silva, funcionário público com quem teve 14 filhos.

Como todas as baianas da época, era grande quituteira. Começou a trabalhar colocando o seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, sempre vestida de baiana. Com tino comercial, também alugava roupas típicas para o teatro e para o carnaval.

Mãe-de-santo respeitada, Hilária foi confirmada no santo como Ciata de Oxum, no terreiro de João Alabá, na Rua Barão de São Felix, onde também ficava a casa de Dom Obá II e o famoso cortiço Cabeça de Porco. Em sua casa, as festas eram famosas. Sempre celebrava seus orixás, sendo as festas de Cosme e Damião e de Nossa Senhora da Conceição as mais prestigiadas. Mas também promovia festas profanas, nas quais se destacavam as rodas de partido-alto. Era nessas rodas que se dançava o miudinho, uma forma de sambar de pés juntos, na qual Ciata era mestra.

A Praça Onze ganhou o apelido de Pequena África, porque era o ponto de encontro dos negros baianos e dos ex-escravos radicados nos morros próximos ao centro da cidade. Lá se reuniam músicos amadores e compositores anônimos. A casa de Tia Ciata, na rua Visconde de Itaúna 117, era a capital da Pequena África. Dos seus freqüentadores habituais, que incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida, nasceu o samba. A música Pelo telefone foi o primeiro samba registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval de 1917.

As chamadas "tias" baianas tiveram um papel preponderante no cenário de surgimento do samba no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX. Além de transmissoras da cultura popular trazida da Bahia e sacerdotisas de cultos e ritos de tradição africana, eram grandes quituteiras e festeiras, reunindo em torno de si a comunidade que inundava de música e dança suas celebrações -- as festas chegavam a durar dias seguidos. Nessa época, viviam Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Prisciliana (mãe de João de Baiana), Tia Veridiana (mãe de Chico da Baiana) e Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmen do Xibuca). Mas a mais famosa de todas foi Tia Ciata, em cuja casa nasceu o samba.

Em 1935, o então prefeito do Rio, Pedro Ernesto, legalizou as escolas de samba e oficializou os desfiles de rua. Antes disso, sem horário nem percurso fixo, o indispensável era que os grupos passassem pela Praça Onze, pelas casas das "tias" baianas. Elas eram consideradas mães do samba e do carnaval dos pobres. A casa de Tia Ciata era parada obrigatória, pois era a mais famosa e muito respeitada pela comunidade. Até hoje, as tias são representadas e homenageadas nos desfiles, pela ala das baianas das escolas de samba.
https://youtu.be/ZxtmBYPVBbs


Zumbi nasceu em Palmares, em 1655. Era neto da princesa Aqualtune, filha de um importante rei do Congo. Ainda bebê, Zumbi foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo. Recebeu o nome de Francisco e uma educação formal. Aos 10 anos, já sabia latim e português e, aos 12, tornou-se coroinha. A inteligência do menino recebia elogios do padre, segundo relatam registros existentes.

Com 15 anos, Francisco fugiu de volta a Palmares, adotando o nome de Zumbi e passando a fazer parte da Família Real, pois foi adotado pelo então rei Ganga Zumba. A nação palmarina começou a se formar por volta de 1597, com Aqualtune. Rapidamente a comunidade cresceu, porque era constantemente alimentada pela chegada de negros fugidos, de índios e de brancos pobres. Palmares chegou a ter 30 mil habitantes e, com sua organização e conseqüente fortalecimento, passou a ser visto como uma ameaça perigosa ao poder colonial. Além de praticarem uma agricultura considerada avançada para os padrões da época, desenvolveram uma atividade metalúrgica organizada para sua defesa e subsistência e chegaram a estabelecer comércio com localidades próximas.

Entre 1596 e 1716, os palmarinos resistiram a 66 expedições coloniais, tanto de portugueses como de holandeses. Foi a maior e mais longa expressão contestatória da escravidão em todo o mundo. De todos os líderes da resistência negra, dois se tornaram conhecidos: Ganga Zumba e Zumbi. Zumbi, porém, foi o líder mais famoso da confederação de quilombos de Palmares, que se estendia pelos territórios atuais de Alagoas e Pernambuco.

Ganga Zumba, cansado de muitas guerras, assinou um acordo de paz com os portugueses, em 1678. Isso desagradou uma parte significativa dos quilombolas, que viam a transferência para Cucaú como uma forma de controlar a comunidade, além de não resolver o problema da escravidão. Foi nesse momento que Zumbi rompeu com Ganga Zumba, sendo aclamado Grande Chefe por aqueles que ficaram em Palmares.

Durante um ataque em 1694, Zumbi caiu ferido em um desfiladeiro, o que gerou o mito de que o herói se suicidara para evitar a escravização. No entanto, em 1695, Zumbi voltou a comandar ataques, mostrando que estava vivo.

Depois de 17 anos de combates, Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, e assassinado durante expedição de Domingos Jorge Velho, em 20 de novembro de 1695. A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para Recife, onde foi pendurada em local público até sua total decomposição. Palmares resistiu ainda por mais de 30 anos antes de sucumbir definitivamente. Em homenagem a Zumbi, a data de sua morte foi escolhida como Dia Nacional da Consciência Negra.
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Projeto: "TODOS SOMOS UM" - Ação Pela Capoeira. Grande Passo Para o Fortalecimento da Capoeira na Cidade de São Paulo/SP. Mestre Pelegão, Mestre Edu Negão, Mestre Piaba, Mestre Cobra Coral, Fred Correia, Mestre Brasília e Contra Mestre China discutindo propostas reais das políticas públicas para a Capoeira na cidade de São Paulo/SP.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

BOM DIA PESSOAL!
MAIS UM POUCO DE REFLEXÃO, SOU CAPOEIRISTA, ARTE QUE ENCANTA E FAZ PARTE DA HISTÓRIA DO NOSSO BRASIL, MAS VEJAM, ASSIM COMO NO PASSADO ONDE A CAPOEIRA FOI PERSEGUIDA E DESCRIMINALIZADA HOJE VEM OCORRENDO A MESMA COISA. MAS INFELIZMENTE ISSO NÃO É PRIVILEGIO SÓ DA CAPOEIRA, ALGUNS DE NOSSOS MUITOS PRODUTOS VEM SENDO PATENTEADO E ROUBADOS PELOS POVOS DO PRIMEIRO MUNDO: LEVARAM NOSSO PAU BRASIL, NOSSO OURO, NOSSOS DIAMANTES, NOSSO CHOCOLATE, NOSSO AÇAÍ NOSSO GUARANÁ, NOSSO FUTEBOL, NOSSO FUTSAL, E AGORA A CAPOEIRA QUE UM PATRIMÔNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE, O MUNDO TODO PRATICA E ADMIRA NOSSA ARTE MAS AQUI NA SUA CASA ELA É DEIXADA DE LADO, PORQUE? QUAL O MOTIVO DE NÃO HAVER INCENTIVOS PARA QUE NOSSOS MESTRES PORTADORES DO SABER POPULAR NÃO POSSAM DESENVOLVER SEU TRABALHO AQUI NA SUA TERRA, E TENHAM QUE LEVAR E VIVER EM PAÍSES DISTANTES COM LÍNGUA E COSTUMES ESTRANHOS?

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fortalecendo as colunas do PROJETO: "TODOS SOMOS UM" - AÇÃO PELA CAPOEIRA. Discutindo Propostas de Políticas Públicas Pela Capoeira na Cidade de São Paulo/SP. Mestre Brasília, Mestre Pelegão, Mestre Eduardo Negão e Contra Mestre China. 22/09/2015

sábado, 19 de setembro de 2015

Capoeira baiana dá seu grito de liberdade contra a regulamentação e controle dos capoeiristas!

Paulo Magalhães (Sem Terra)

  O Painel do Senado promovido pela Senadora Lídice da Mata no dia 6 de dezembro de 2013 em Salvador se constituiu em um palco privilegiado para mais um grito de resistência da capoeira baiana, que já havia se pronunciado no dia 25 de outubro no Forte Santo Antônio. Tema? O projeto de lei que regulamenta a profissão de capoeirista e vem provocando polêmicas e protestos indignados por todo o país.

Na verdade, o debate se dá em torno de três versões distintas de um mesmo projeto. O Projeto de Lei 31/2009, do deputado Arnaldo Faria de Sá, abre esse debate. Trata-se de um projeto fraco e vago, com apenas dois artigos. Um reconhece a prática da capoeira como “profissão, na sua manifestação como dança, competição ou luta”, mas o outro diz respeito apenas ao atleta profissional, definido como “o capoeirista cuja atividade consista na participação em eventos públicos ou privados de capoeira mediante remuneração”. Ou seja, o projeto, apesar de vago e mal escrito, já deixa entrever do que trata essa articulação: uma institucionalização da capoeira através do segmento capoeira-esporte e seus “atletas profissionais”. O PL está aqui:http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/56450.pdf


  O PL 2858/2008, do deputado Carlos Zarattini (que foi/está sendo apensado ao primeiro), avança em detalhamento, e mostra claramente o ataque absurdo que está sendo tramado contra a capoeira. Primeiro ele reconhece a atividade de capoeirista, afirmando que “aplica-se a todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança, cultura popular e música”. Depois escreve bobagem ao dizer que “ficam reconhecidos como Contramestre e Mestre os profissionais com dez anos ou mais na profissão”. Quer dizer que eu já era mestre e não sabia... Mas o golpe vem em seguida, ao afirmar que “ficam reconhecidas como profissão as atividades de capoeira nas modalidades luta e esporte”, e ao especificar o que é privativo do capoeirista profissional. Ou seja, apenas os atletas seriam profissionais da capoeira, e os demais, amadores. E somente o atleta poderia dar aulas em escolas, academias.... todos os outros capoeiristas seriam meros amadores. Todos os capoeiristas que não se identificam com o modelo capoeira esporte para competição seriam então excluídos e postos à margem do sistema, incluindo os mestres antigos, a capoeira angola, a capoeira de rua, a capoeira show e diversos setores das capoeiras regional e contemporânea, incluindo todos os capoeiristas que trabalham a capoeira numa perspectiva de educação. O PL pode ser acessado aqui:http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=21591309922A10204270A2858401ADBB.node1?codteor=542368&filename=Avulso+-PL+2858/2008


  Mas o pior está por vir. A terceira versão deste projeto, elaborada por segmentos da capoeira contemporânea do sudeste e articulada pelo Sr. Jairo Júnior, do III Congresso Nacional Unitário de Capoeira, com apoio de setores da Fundação Palmares, é ainda mais nefasta e representa um verdadeiro tiro de misericórdia nas tradições e fundamentos da capoeira. Esse substitutivo do projeto de lei é tão absurdo que não tiveram coragem de protocolá-lo no Congresso Nacional nem disponibilizá-lo pela internet à comunidade da capoeira. Ele foi entregue nas mãos da Senadora Lídice da Mata, que prontamente o socializou com a capoeiragem baiana. Trata-se de uma reedição do projeto de lei do sistema CREF/CONFEF, que queria criar uma reserva de mercado para os profissionais de educação física, estabelecendo que só poderia ensinar capoeira quem tivesse o referido diploma. Mas desta vez, o diploma em questão não seria o de Educação Física, mas o certificado da CBC – Confederação Brasileira de Capoeira, ou outro órgão semelhante a ser criado pelo grupo do Sr. Jairo.


  O projeto já começa classificando a capoeira como “desporto de criação nacional” (ou seja, a capoeira angola, como manifestação cultural afro-brasileira, está excluída e só poderia ser praticada de forma não profissional, uma vez que nem é desporto nem é de criação nacional). Em seguida, divide a capoeira em prática desportiva formal (regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva) e prática desportiva não-formal. Ou seja, além de ser todo mundo atleta, desportista, só pratica a capoeira “formalmente” quem se submeter às regras e normas ditadas pelo “sistema de organização da capoeira”. Todos os outros são informais.


  A próxima parte do projeto é pior, uma vez que afirma que a capoeira pode ser organizada e praticada de modo profissional, e de modo não-profissional, e estabelece como obrigatório para registro da “Atividade do Profissional da Capoeira” a apresentação de diploma de conclusão do ensino médio e “atestado de capacitação fornecido pela entidade de administração da capoeira legalmente constituída e formalizada”. Ou seja, para trabalhar com capoeira, além de ter que passar obrigatoriamente pela escola (já excluindo os velhos mestres que aprenderam na universidade da vida) todos os capoeiristas teriam que fazer um curso com a CBC ou entidade semelhante, para serem reconhecidos como profissionais da capoeira! Toda a capoeira do Brasil seria controlada, regulada, normatizada e padronizada por uma pequena casta instalada em São Paulo, os novos capitães do mato, “donos da capoeira”! Os antigos mestres, assim como seus discípulos formados pela capoeira e reconhecidos pela comunidade, teriam que ir ao sudeste fazer cursos com os “donos da capoeira”, pagar mensalidades e se submeter ás suas regras e normas, padronizando a capoeira e extinguindo toda uma diversidade de estilos e linhagens que fazem ser tão rica essa herança ancestral.


  O projeto segue amarrando uma “Organização Nacional da Capoeira”, liderada por “entidades nacionais de administração da capoeira”. Essas entidades concentrariam repasses de recursos dos governos federal, estaduais e municipais, além de “recursos transferidos pelo Comitê Olímpico Brasileiro”, o pote de ouro almejado pelos atletas da capoeira, em um processo de articulação política que passa pelo Ministério dos Esportes (será coincidências que todos esses articuladores sejam do mesmo partido?). Quer dizer, se os recursos para a capoeira, distribuídos através de projetos e editais, já são poucos, o que aconteceria se todos os recursos fossem concentrados nas mãos de uma única entidade, controlada por uma panelinha?


A capoeira não tem dono. É livre, tem seus fundamentos herdados dos que nos antecederam, e uma lógica de organização própria. Sua organização se dá de dentro pra fora, de baixo pra cima, e foi contra a normatização do Estado que ela sempre lutou. Por isso a capoeira baiana dá o seu grito de resistência e liberdade. Outros estados vêm se posicionando, como Minas Gerais, que no dia 20/12 fez um “Berimbausaço” em plena Praça 7, no centro de Belo Horizonte. Que outros estados se incorporem a este debate e façam valer sua força!


Iê vamos'imbora, camaradas!!!

Paulo Magalhães, ou Sem Terra, é jornalista e mestre em ciências sociais, autor do livro “Jogo de Discursos: A disputa por hegemonia na tradição da capoeira angola baiana” (Salvador: EDUFBA, 2012).
Coordena o Coletivo Ginga de Angola (Escola de Dança  da UFBA), é membro do Coletivo Capoeira e Militância, do Fórum de Cultura da Bahia e do Colegiado Setorial de Culturas Populares do Estado da Bahia. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Rádio Tera - Programa "Nas Ondas da Capoeira". Entrevista com Mestre Brasília. Convidados Mestre Dinho Nascimento e Contra Mestre China. Apresentação Prof. Sérgio Vieira.



Reunião de Articulação do GT Capoeira da Cidade de São Paulo na Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Secretário Municipal Maurício Pestana, Mestre Brasília, Mestre Dinho, Mestre Baiano, Mestre Eduardo Negão, Mestre Tigre, Contra Mestre China, Professor Palito. Desenvolvendo ações de políticas públicas para a Capoeira na cidade de São Paulo/SP.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Estamos vivendo uma fase de grandes mudanças, e precisamos que todos os Capoeiras do bem, estejam engajados nessa luta por uma melhor atenção a nossa Arte Luta, chega de ficarmos pegando as migalhas que nossos governantes nos distribuem com se fosse uma grande coisa.
Devemos lutar por políticas publicas definitivas para a Capoeira, devemos lutar por um final de vida mais digno a nossos Mestres da velha guarda, para que não precisem de migalhas para poderem sobreviver.
Vamos deixar de lado as vaidades e vamos unir forças para que nossa Arte seja a grande vencedora.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015


Mais uma reunião em prol da capoeira, um bate papo com o Grande Mestre Brasilia discutindo politicas publicas para a capoeira. Eu graduado Led, Mestre Brasilia e Contra Mestre China. Sempre na luta em prol da Capoeira


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Amigos Capoeiras, a tempos venho estudando e procurando aprender sobre nossa arte luta, tão Brasileira, e a estrada que percorremos até hoje não tem sido nada fácil, percebo principalmente a luta de alguns grandes mestres que deveríamos ter como exemplo. Mas também vejo muitos outros companheiros querendo se aproveitar dessa nossa nobre arte, não sei dizer se por vaidade ou por interesse monetário. Mas também percebo que devemos nos unir e seguir nosso lema, TODOS SOMOS UM, ou seja, unidos para que nossa arte não viva mais de das migalhas, e sim tenha seu merecedor lugar na cultura brasileira. Pois até hoje o que vemos é a Capoeira muito valorizada em todos os países do mundo e em nosso país que é o berço dessa arte ser desprezado e renegado. Portanto amigos vamos nos unir deixar as vaidades e as camisas de lado e tornar nosso sonho de uma vida melhor para nossos velhos mestres e nossa arte uma grande realidade.
Projeto: TODOS SOMOS UM. Articulando com as lideranças sociais da região norte de São Paulo/SP. Mestre Dinho, Mestre Piaba, Mestre Hamilton, Contra Mestre China, Professor Madrugada, Gláucia Máximo e Karine Toledo. 31/08/2015, na Academia de Lutas do Contra Mestre China (Rodney Rodolpho).

Reunião de articulação do Projeto: TODOS SOMOS UM. Com a participação do Dr. Richard Cosme 29/08/2015