Todos pela Capoeira

Todos pela Capoeira
Capoeira Arte e Luta Brasileira

domingo, 19 de junho de 2016

Evento do mestre Mestre-Bico Duro Itacaré com presença de Mestre Brasilia e membros da Coordenação do Projeto Todos Somos Um.


A REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA E OS SEGMENTOS SOCIAIS, DESPORTIVOS, RELIGIOSOS, CULTURAIS.
Temos observado dentro dessa trajetória de divulgação da pré-campanha política de um grande e notório Mestre de Capoeira ao cargo eletivo de vereador na cidade de São Paulo/SP, algumas considerações que fogem totalmente ao entendimento racional, nas falas de algumas pessoas que "são" do nosso segmento.
Um mestre de Capoeira que em algum momento de sua história entendeu ser um representante do segmento da Capoeira perante o poder público, se propõe a divulgar e buscar apoio político dentro do segmento da Capoeira ao seu candidato, que não é capoeirista; que enquanto parlamentar na cidade de São Paulo/SP, em eleições anteriores, nunca, em nenhum momento fez algo que beneficiasse a Capoeira e os capoeiristas, ou qualquer outra modalidade de cultura popular que atua na cidade.
Na ânsia de ter o apoio dos capoeiristas ao seu candidato, inclusive desqualifica a figura desse grande representante do segmento, que há mais de 50 anos tem atuado na divulgação da Capoeira e das culturas populares em diversos países, sendo um grande embaixador da nossa cultura para diversos povos do mundo.
Em suas palavras, esse mestre de Capoeira, "diz não reconhecer na figura do Mestre Brasília capacidade em defender a bandeira da Capoeira.".
Senhores, o Mestre Brasília tem feito isso a sua vida toda...
Defendendo, promovendo e difundindo a Capoeira em todas as partes do mundo. Sem falar que o Mestre Brasília foi um dos precursores da Capoeira no Estado de São Paulo na década de 60, quando muito de nós nem nascidos éramos.
A Capoeira necessita de representatividade e força política para defender os interesses de nossa classe?
Alguém que se coloque numa posição de defender a Capoeira de leis que prejudicam a Capoeira e os capoeiristas, (que é caso da PL 031/09) e principalmente a administração da manifestação da cultura brasileira, que é a Capoeira, por entidades de classe, (como o CONFEF/CREF) que nada tem a ver com a história da Capoeira?
Chegaremos num momento na caminhada na Capoeira em que lutaremos para manter vivas as tradições da Capoeira, conforme nos foi legada pelos Antigos Mestres.
Se o Mestre de Capoeira e todos os capoeiristas não se conscientizarem da necessidade real dessa representatividade, dentro em breve, estaremos proibidos de transmitir os ensinamentos da nossa arte, a não ser que todos tenham credenciamento do CREF/CONFEF e curso de graduação em Educação Física.
É esse o caminho que queremos trilhar para a Capoeira?
Ainda nas palavras de outros "capoeiristas", a Capoeira não necessita estar na política. Chegou até aqui sem representação e assim vai permanecer para sempre.
Outra grande inverdade e discurso de quem tem uma visão limitada da conjectura social, econômica e política do pais em que vive.
Outros segmentos sociais, esportivos, culturais, religiosos, possuem seus representantes políticos.
Alguns exemplos:
Senador Romário, representante do esporte (futebol);
Deputada Leci Brandão, representante dos artistas da música popular (samba);
Deputado Popó, representante do esporte (Boxe);
Deputado Tiririca, representante dos artistas;
Deputado Jean Willys, representante do movimento GLBTS;
Deputado Coronel Telhada, representante dos policiais militares;
Vereador Aurélio Miguel, representante do Judô;
Os evangélicos possuem diversos parlamentares em todos os escalões da administração pública, tanto no legislativo, executivo e judiciário. Constituem a bancada evangélica no congresso, nas assembleias legislativas e camaras municipais em diversos estados e municípios do Brasil.
Somente entre nos capoeiristas que a intensão de uma representatividade política que tem como principal objetivo a busca de maior reconhecimento da Capoeira, e força política na promoção de políticas públicas, para nos mesmos, é que encontramos resistências.
Vivemos o "complexo de vira latas", que é um termo criado na década de 50, por Nelson Rodrigues, para definir a postura do brasileiro, frente a ele mesmo:
"A inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Não encontramos pretextos pessoais e históricos para a autoestima.".
Tudo que vem de fora é melhor do que o nosso.
Os representantes de outros segmentos são melhores e mais capacitados do que os nossos.
É chegado o momento de mudarmos essa estrutura, para que no futuro a Capoeira e os próprios capoeiristas tenham conseguido trilhar o caminho necessário como todos os demais segmentos.


II Seminário de Capoeira e Cultura
HOMENAGEM AO MESTRE BRASÍLIA
Domingo, 21 de Junho
Mestre Brasília foi discípulo de Mestre Canjiquinha que por sua vez aprendeu capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Mestre Aberrê, que aprendeu com o escravo Benedito. Mestre Brasilia treinou e conviveu também com mestres renomados como Mestre Bimba, Onça, Limão, Silvestre, Suassuna, Joel, Zé de Freitas entre outros.
É pioneiro da capoeira de São Paulo junto com o Mestre Suassuna. Fundou o grupo Cordão de Ouro com Mestre Suassuna e depois desligou-se criando a Associação de Capoeira São Bento Grande.
Brasilia é compositor de diversas músicas entre capoeira, samba, puxada de rede, maculelê e outros ritmos brasileiros, já escreveu 2 livros, entre eles Vivência e Fundamentos de um Mestre de Capoeira, publicado pela editora Circuito. Gravou discos e DVDs que reúnem composições próprias e obras de domínio público.


Homenagem  ocorrida em 21Jun15, na Casa de Cultura da Freguesia do Ó. Neste evento foram homenageados os 36 Mestres de Capoeira mais antigos da região norte da cidade de São Paulo, em reconhecimento ao trabalho de difusão da arte da Capoeira.